segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pesca Artesanal


Pesca Artesanal na costa amazônica maranhense
Texto e Fotografias: Marinelton Cruz

 
Pescador de espinhel 
A pesca artesanal é uma atividade produtiva pratica pelo homem desde suas primeiras tentativas de organização social. O extrativismo dos produtos do mar utilizados na composição da dieta alimentar humana, tem paralelo na evolução da história durante todo o processo do desenvolvimento produtivo da humanidade. Desde as iniciativas individuais primatas, as primeiras tentativas de organização coletivas e sociais.
Porto em Serrano do Maranhão
A pesca artesanal no Maranhão é uma atividade que resiste no modo primitivo de produção,  ao lado do desenvolvimento tecnológico na base da sociedade moderna.
Camurupim -pescado com rede Malhão No Município de apicum Açú/MA
Durante centenas de anos, em partes do nordeste brasileiro,  no Maranhão; na costa amazônica maranhense, esta prática  com algumas modalidades continuam sendo exercidas sem quase nenhuma alteração( Curral, Manzuá, Muruada, Zangaria,  entre outras), outras foram ao longo do tempo sendo criadas conforme o desenvolvimento tecnológico e as necessidades que foram surgindo durante o processo de crescimento e desenvolvimento das populações.Nota-se que houve um processo de evolução dos apetrechos e instrumentos em geral utilizados para a captura dos frutos do mar. O mesmo não se percebe quando das condições de melhorias para a categoria dos pescadores artesanais, muito pelo contrario, o que mudou, mudou para pior, o aumento das populações: tanto de consumidores quanto de pescadores, o desenvolvimento tecnológico e aumento da oferta e da procura neste setor, gerou a captura desordenada diminuindo o estoque.

Novas  modalidades

 Criou-se novas modalidades inovações foram introduzidas no fabrico de armadilhas como as redes de emalhar que passaram da tecelagem manual artesanal para o sistema fabril envolvendo maquinários sofisticados em cidades do Brasil e outros países como o Japão por exemplo. As embarcações que eram pequenas canoas, de propulsão a remo utilizadas na costa do Maranhão passaram a ser barcos motorizados com motores fabricados por multinacionais.
Riscos
Porto de Porto Rico do Maranhão

 O manuseio dos utensílios nas margens da orla marítima, nos campos, rios e igarapés, sempre implicaram em fatores causadores de acidentes, causadores de mutilações e morte de pescadores: é comum encontrarmos pescadores com deficiências físicas causadas por ferroadas, de peixes como: Raias, Bagres ou mordidas de tubarões. Assim como relatos de óbitos nas comunidades mais remotas causadas por acidentes decorrentes das atividades relacionadas com a pesca artesanal.
Ganhos
Adicionar legenda

Os ganhos com a pesca artesanal no Maranhão são insuficientes para manter as famílias ocupadas profissionalmente apenas com a mesma, principalmente as populações das comunidades oceânicas da Costa Amazônica do Maranhão situadas no Litoral ocidental maranhense.

Manejo

As atividades pesqueiras, de cunho artesanal em alto mar realizada a bordo de embarcações de pequeno porte de tração motorizada como as que pescam na costa do Maranhão, por sua vez não oferecem a menor possibilidade de segurança para os pescadores que manuseiam a bordo grandes extensões de redes: chegando em media a 2.000 mil braças de Homem em extensão (3  km ) em barcos que variam de 8 a 12 metros de comprimento. Estas embarcações não possuem a bordo somente com raríssimas exceções: coletes salvas vidas, luvas, roupas adequadas, ferramentas, viseiras e outros. As condições de alojamento em auto mar nestas pequenas embarcações, são quase inexistentes, as que possuem “beliches’ não comportam toda a tripulação, além de ficarem localizadas na região da casa de maquina, onde o calor e o som ensurdecedor do motor não oferecem o menor conforto: os pescadores adormecem pelo cansaço resultante do trabalho estafante que não obedece a jornada de revezamento. Os frutos do mar em especial o pescado, é considerado a principal fonte de alimento saudável dos tempos modernos, é o produto orientado pelas Gastronomia  moderna para o consumo em beneficio de uma vida de boa qualidade, em todo o mundo aumenta a procura e o consequente consumo dos  derivados e produtos originados dos frutos do mar.

Déficits

Com a escasseies do produto o e desenvolvimento do comercio, aumentando as categorias dos atravessadores, os pescadores tiveram gradualmente a desvalorização de mão de obra, o valor do pescado se mantém em patamares elevados para os consumidores, enquanto que o que é pago para os pescadores, na maioria dos casos não chega a cobrir as despesas destes com a alimentação consumida na própria jornada de trabalho, gerando endividamentos difíceis de pagar e as vezes impagáveis, criando um circulo viciosos desagregando as famílias destes trabalhadores por toda a extensão da costa e comunidades de pescadores artesanais do Maranhão.
Regulamentação
Somente a partir da segunda metade do século XX, é que iniciaram as primeiras iniciativas no sentido de regulamentar a pesca artesanal.

As circunstancias atuais demonstram que a categoria dos pescadores artesanais não evoluiu em relação aos meios de produção envolvidos na produção moderna da pesca. As condições de vida são extremamente precárias: vivem em sua imensa maioria em comunidades sem infraestrutura; suas casas são as mais rústicas de todo o conjunto da zona rural do Maranhão, o sistema alimentar está fora dos padrões, e a educação é ineficiente para capacita-lo adequadamente para o desenvolvimento da profissão, permanecendo apenas o conhecimento empírico herdado de gerações anteriores.

quarta-feira, 13 de março de 2013

COSTA AMAZÔNICA DO MARANHÃO


COSTA AMAZÔNICA DO MARANHÃO
Textos e Fotografias: Marinelton Cruz

O Maranhão possui a maior concentração de manguezais (em torno de 50%) do país. O Litoral, principalmente a parte ocidental detém a maior quantidade de baías, estuários, penínsulas, ilhas e arquipélagos costeiros, formando a costa amazônica maranhense. É a região litorânea do Maranhão que apresenta o ecossistema marinho mais preservado do país.


 A espetacular Costa Amazônica Maranhense esta localizada entre a Baía deTubarão a foz do Rio Gurupi na divisa do Maranhão com o Pará, compreende o Golfão Maranhense (onde está a Baía de Tubarão, Região do Munim, a Ilha de São Luís, Alcântara e a Baía de Cumã) e o litoral ocidental.
 No litoral ocidental, a oeste de São Luís e logo após Alcântara se estendem as  Reentrâncias Maranhenses que abrigam o Pólo Ecoturístico da Floresta dos Guarás e o Pólo Amazônia Maranhense. Esta parte do litoral abriga a quinta Zona  Úmidas de Relevância Planetária (RAMSAR) e da Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, O Farol de São João; o segundo em importância para a navegação brasileira, a lendária Ilha dos Lençóis; morada definitiva da  encantaria Sebastianista no Maranhão e o parcel de Mané Luis  que  em 1991 foi transformado no primeiro parque estadual marinho do Brasil. O   Parcel de Manuel Luís é um conjunto de formações rochosas submersas, com cerca de  mais de 18 km de extensão por 6 km de largura, é considerado o maior banco de corais da América do Sul.


O Estado do Maranhão já foi o maior produtor de pescados do nordeste brasileiro. Estudos atuais apontam para a alta produção primária, que é sustentada por uma vasta e rasa plataforma continental, com uma das maiores marés do Brasil.




 Uma grande quantidade de materiais nutrientes trazidos pelas descargas dos rios fornecem as condições necessárias à existência daquele ecossistema: os viveiros nos refúgios naturais são responsáveis pela permanência de inúmeras espécies marinhas na região da costa amazônica maranhense.  O grau de salinidade é apontado como outro fator importante neste conjunto.


Nas inúmeras ilhas que se estendem rumo ao oceano e no continente habitam pescadores, que resistem na prática artesanal da pesca, formando comunidades tradicionais em meio à grandiosa diversidade biológica e ambiental da região.

A produção em escala industrial da pesca é inexistente, no entanto as condições naturais para a sua realização são bastante favoráveis caso seja investido na formação adequada de aquaviários e na renovação da frota pesqueira, de forma a que o pescador maranhense possa acessar os peixes demersais da rica costa norte brasileira. A  maricultura, como a carcinicultura  é outra opção que merece ser implementada  como modelo de desenvolvimento e sustentabilidade.